domingo, 26 de setembro de 2010

O Dom parte 3

A festa já estava ficando boa, já tinham chegado Andrevan, Guinho, Rodrigo e Mario, mas faltava muita gente. Um pouco de tempo depois chegou uma galera. Na frente Fernando, conduzindo Daniel, Juninho e Alan. Fernando era o mais chato e marrento da turma, vivia pirraçando Tadeu e ninguem conseguia controlar os impulsos dele. Todo dia era uma confusão com um da turma ou com os meninos mais velhos e como ele era o mais velho da nossa geração, a gente tinha que obedecer sempre a ele. Ele e Andrevan disputavam o controle da turma, sempre ganhava quem tinha o melhor brinquedo, o melhor video game, a melhor bicicleta ou a melhor camisa da seleção, mas a realidade é que eu era o grande cacique da tribo pois tinha algo que impressionava a todos da turma que eram as grandes idéias. Fernando também era o mais limpo da turma, sempre perfumado, com o cabelo penteado para o lado e roupas passadas chamava a atenção das meninas, todas chamavam ele de fresquinho. Era muito responsável também, o tempo todo ficava nos passando ensinamentos. Ensinava que não podiamos pisar descalços no chão sujo, quando ele tropeçava e o chinelo soltava do seu pé, para não suja-lo pulava como Saci até poder calça-lo novamente e aquilo nos impressionava. Quando todos decidiamos brincar de pega-pega, ele nos ensinava que o suor não fazia bem ao corpo e que deviamos sempre estarmos cheirosos e arrumados. Fernando, como nosso exemplo, nunca esquecia de levar um presente para algum amigo no dia do aniversário e se encontrasse com alguem que tivesse esquecido ele o lembrava dessa responsabilidade e foi aí que consegui meus primeiros presentes.

Recebi primeiro o presente de Fernando e depois o recebi na festa, pois naquele momento o que importava era o presente já que tinha muitos amigos na festa e nenhum havia lembrado de levar um presente. Porém algo me dizia que meu tão esperado presente estava longe de chegar. Mas estava com sorte, pois como Fernando encontrara com Daniel, Juninho e Alan, ele os fizeram lembrar de ir no mercadinho ao lado do nosso condominio comprar meu presente e para que eles não voltassem a esquecer ficou de plantão na entrada do edifício esperando-os voltar para entrarem todos juntos na festa com os presentes. Abri o primeiro presente e estava certo, não era o meu tão desejado e obcecado presente. Era uma linda bola de futebol. Escondi a tristeza no meu rosto para agradecer o presente ao meu grande amigo, como meu pai sempre havia me ensinado, que um amigo vale mais que um milhão de presentes. Mas minhas esperanças continuavam e ainda tinha 3 novas chances de conseguir meu tão esperado presente.

Estava feliz com a presença de Daniel, pois não esquecerá do meu presente. Para mim era um presente perdido porque ele sempre esquecia de levar nos aniversários, mas eu dei sorte dele encontrar com Fernando à caminho da festa, que fez questão de lembra a ele de comprar meu presente e de avisar que sem presente ele não ia entrar. Daniel era o mais divertido da turma, nos impressionava o fato dele brincar o tempo todo. Brincava de manhã com quem estudava à tarde, brincava à tarde com que estudava de manhã e brincava a noite com todo mundo. Recebi aquele lindo presente e tive uma sensação estranha de estar vivendo um mesmo momento da minha vida novamente. Abri o presente e era uma linda bola de futebol. Escondi a tristeza no meu rosto para agradecer o presente ao meu grande amigo, como meu pai sempre havia me ensinado, que um amigo vale mais que um milhão de presentes. Mas minhas esperanças continuavam e ainda tinha 2 novas chances de conseguir meu tão esperado presente.

Juninho me cumprimentou com um abraço, me entregou o presente e foi entrando para curtir a festa. Era o mais esquisito da turma, mas as meninas sempre davam um jeito de achar ele o mais bonito. Uma vez fizeram um concursos do garoto mais bonito da turma e ele ganhou, pois só deixaram ele e Daniel se inscrever. Todos da turma tentaram se inscrever mais não conseguiram pois o horário de inscrição era de 10 horas da manhã até às 10 horas e 10 minutos da mesma manhã e todos os outros candidatos estavam na escola. Abri o presente de juninho de olhos fechados para ver se aumentava minha sorte e tive uma grande surpresa. Era uma linda bola de futebol...

Ainda faltava o presente de Alan e naquele momento lembrava de um velho ditado "Azar no presente (Ops ...no jogo), sorte no amor". Era mais uma linda bola de futebol.

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